quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Poesia - Chuvas


Fintagem sobre manto de flores II - AST - 2015 - Tuon


              CHUVAS
                                      
Robinson Tuon                 


Depois de te amar volto a mim.
Reviro meu olhar,
Vagarosamente. Até a vidraça embaçada.
Respirando em êxtase, ainda.

Nuvens cinza penduram-se
do céu sombrio e escuro.
De lá cospem raios e gritam
trovões perdidos, extremos.

Águas deslizam em fluxos, sonoras.
Granizos derretem-se na queda.
Gelados e intrépidos, despencam.
A fúria dos céus se faz tormenta.

Aqui neste quarto sem tempo,
no calor de brancos lençóis,
dentro de mim, um eu extasiado.
A alegria explode. Gozoza.
Numa enxurrada sem fim.